Friday, May 7, 2010

Legalización!

A proibição da marijuana não é do interesse público, pois fomenta o mercado negro (que, por sua vez, gera violência e criminalidade) e possibilita a adulteração dos produtos (o que põe em causa a saúde pública). Impede a investigação das propriedades benéficas a nível medicinal, por exemplo, e das suas possíveis utilizações a nível de culinária, dos têxteis e da produção de pasta de papel, entre outros.

Quanto ao uso relaxante e recreativo, não sou a favor quando é feito de forma excessiva nem em idade de crescimento, pois pode tornar-se prejudicial à saúde. Mas acho que é uma opção que deve ser tomada por cada um, de forma informada, mas por cada um e por mais ninguém. Ao proibir o consumo de marijuana estamos, teoricamente, a proibir as pessoas de tomarem essa opção ou, mais propriamente, de tomarem essa opção de forma segura e informada. Estamos a limitar a liberdade individual de cada um, e com isso discordo totalmente.
Na minha opinião, a legalização não é algo que respeita somente a quem consome - acho, pelo contrário, que é algo por que toda a gente devia lutar, pois é um assunto de saúde pública, de segurança e da liberdade de cada um.




Marcha Global da Marijuana, dia 8 de Maio, 15h no Largo da Portagem, em Coimbra.
[Estarão a decorrer, pela mesma altura, iniciativas semelhantes em Lisboa e em Braga.]

3 comments:

Carina said...

Francisco, vou deixar a minha opinião, tal como expressas na apresentação do teu blog.
Em primeiro lugar sou contra a legalização de marijuana.
Sou contra por uma simples razão. O meu trabalho será zelar pela saúde das pessoas, quer elas queiram quer não. Fazer o possível, até ao limite, para salvar alguém; e o consumo dessas substâncias para fins não terapêuticos é a antítese do meu objectivo.
Seguindo a ordem do teu texto: a marijuana não é a única substância que fomenta o mercado negro. Este sempre existiu e não será pela sua legalização que vai deixar de haver. E não será assim que se diminui a criminalidade.
A criminalidade combate-se com justiça mais eficaz, e segurança mais elevada.
A adulteração de produtos ou seus constituintes afecta simplesmente a saúde publica de quem consome. Quem está ciente disso toma responsabilidades. Não é uma questão de saúde pública.
Saúde pública são doenças transmissíveis, contaminação da água que é comum a toda a população, etc.
Aliás, uma questão de saúde pública é estar num bar e sofrer com o efeito aquário da cannabis que está a ser fumada ao lado.
A investigação das propriedades benéficas não está impedida. Vejamos o caso do ópio. Os derivados opioides são utilizados em medicina, ainda que este não esteja legalizado. ;)
Apesar de mostrares alguma relutância em relação ao seu consumo numa fase de crescimento, pensa sobre este exemplo: a venda de tabaco também é proibida a menores de 18 anos. E não é isso que limita o consumo nas faixas etárias a que lhes está vedado.
Uma vez que as crianças e jovens não têm capacidade para tomar decisões correctas por si (e considero-me parte deles), principalmente no que toca a algo que lhes transmita prazer (tendencia a focar no prazer e nao nas consequencias que daí derivam), acredito que a legalização não seria um factor promotor de um crescimento saudável. Muito pelo contrário.
O 25 de Abril foi muito bom. Mas convém recordar que a liberdade de cada um termina onde começa a liberdade dos outros.

João Pereira said...

Liberdade é tambem respeitar o espaço do outro. É fazer o que nos dá na cabeça sem importunar ninguem, isto é fundamental mas infelismente não é respeitado. não poder consumir legalmente é uma violação da minha liberdade, Quem deveria decidir isso deveria ser eu e ninguem devia ter nada a ver com a minha escolha. Não é uma questão de combater a criminalidade, é uma questão de segurança para os consumidores.

Mariana Neves said...

fiz um texto na altura em que a manifestação da legalização foi aqui no porto e concordo em total contigo. cada pessoa tem que tomar as suas próprias decisões.