Friday, April 30, 2010

two weeks.

no drugs, no alcohol, no sex.

not even rock & roll.


just a little bit of blues. a very tiny bit.
(and 2 cigarettes.)

Sinais de que vale a pena lutar

Os activistas saharauis de que falava neste post estão em vias de ser libertados.

Em vésperas da resolução do Conselho de Segurança sobre a questão do Sahara Ocidental, e quando o tema da violação dos Direitos Humanos nos territórios saharauis ocupados por Marrocos se torna totalmente "incómodo" para o regime de Mohamed VI, era previsível que as autoridades marroquinas dessem "o braço a torcer", refere o artigo do El Mundo (...)
é-nos dito no esquerda.Net.


São coisas destas que nos dizem que vale a pena continuar a lutar, seja da forma como estes activistas lutam, seja gritando contra os atentados feitos aos direitos das pessoas que lutam lá fora. Afinal, os nossos gritos podem parecer insignificantes, mas muitos gritos insignificantes juntos são mais fortes do que podemos imaginar.


Peace!

One Kind Favor

A pedido de uma fã de blues este post foi apagado de forma a não fazer publicidade tão descarada a um evento que marcará a história de qualquer fã de blues.
De qualquer forma, mas sendo menos directo, fiquem sabendo que vem a Portugal um dos grandes nomes da história dos blues e da música em geral. Quem quiser mesmo saber mais, que pesquise ;)

Thursday, April 29, 2010

Por um ensino de qualidade no nosso país

Foi lançada a Petição Pela redução do número máximo de alunos e alunas por turma e por professor/a, com o objectivo de tornar a igualdade de oportunidades no acesso e no sucesso de todos os alunos e alunas uma realidade no Ensino Público português.
Caso esta petição ganhe proporções suficientemente grandes e surta algum efeito nos órgãos que têm poder para alterar as leis que fazem o ensino em Portugal, teremos conseguido dar um passo no sentido de o tornar um pouco menos selectivo e em que vigore uma verdadeira igualdade. Por isso, peço-vos que leiam e, caso concordem, assinem.

Thursday, April 22, 2010

Greve de Transportes Públicos e Comunicações

Foi convocada para dia 27 uma greve de transportes públicos e comunicações. Uma greve que me vai afectar, mas que apoio, obviamente. Uma greve é suposto afectar as pessoas, é suposto abalar o funcionamento de uma cidade, de um país; se não afectar, então, não serve de nada.
Sugere-se, por aí, que se façam as greves em horário pós laboral, ou no dia da vinda do papa (na prática, um feriado nacional). Mas que raio de lógica fazia? No primeiro caso, fazer greve era não trabalhar fora do horário de trabalho que, digamos, não é algo pouco habitual; no segundo, era fazer greve num dia em que a maior parte das pessoas não iria utilizar os transportes públicos, pois não vai trabalhar, não vai para a escola, etc.
Metam uma coisa na cabeça, as greves são feitas para afectarem o funcionamento das cidades/países e, mais especificamente, para tirar a facturação às empresas. Num feriado, praticamente ninguém seria prejudicado e, em horários pós-laborais, muito menos.

Ah, e depois ainda dizem que, o que os trabalhadores querem, é "aumento de salários, como sempre".
Mais um erro. Não, o que os trabalhadores querem não é aumento de salários, não querem é o congelamento dos salários, que é bem diferente. Porque, quem não sabe devia saber, há uma coisa chamada inflação. E os salários costumam aumentar anualmente para acompanhar essa inflação, não com o objectivo de aumentar o poder de compra dos trabalhadores, mas de o tentar manter.

Algumas pessoas deviam aprender a pensar antes de falar, que às vezes sai cada barbaridade...


Peace!

Monday, April 19, 2010

Diários de um Regresso às Aulas (II)

16/04/2010

Hoje descobri uma coisa nova - é falta de educação pôr batom do cieiro.
Se alguém me souber explicar porquê, comente, por favor.

Sunday, April 18, 2010

Diários de um Regresso às Aulas (I)

12/04/2010

Este ensino mete-me nojo.
Um ensino que incentiva o individualismo e a luta pela sobrevivência, desvalorizando a fraternidade e a preocupação pelos outros. Um ensino em que o objectivo principal de cada um tem de ser absorver a maior quantidade de informação possível, saber mais do o outro. Um ensino que vem perpetuar uma sociedade de competição que não tem como objectivo o melhoramento de cada um, mas a sua sobrevivência.
Sinto-me mal num ambiente como este, eu, que sonho com um mundo em que a fraternidade e a igualdade sejam os mais altos dos valores.

Já não me recordava, sou sincero, de o que me fazia detestar tanto isto. Depois de umas férias tão fantásticas, com 4 dias soberbos em Monsanto, um fantástico Bunny Camp e uns deliciosos Free Hugs (btw, fotos já disponíveis), tudo parecia tão distante, tão irreal, e tão suportável. Mas não, isto é exactamente como sempre foi.
Mete-me nojo.

Thursday, April 15, 2010

É triste que ainda aconteçam coisa destas.

O Estado Laico

É engraçado como um estado, teoricamente laico, celebra feriados religiosos (celebra feriados religiosos, que é como quem diz, católicos). Mais, é engraçado como num estado laico, para além de se celebrar feriados de cariz religioso (isto é, católico, e somente católico), é conferida tolerância de ponto aos trabalhadores de função pública em dia de visita de um representante máximo de uma religião, curiosamente a Igreja Católica.
É verdadeiramente gratificante ver que o Estado em que vivemos é realmente laico.

Nas vindas do Dalai Lama é que podia ser conferida tolerância de ponto. Ao menos esse metia algumas ideias de jeito na cabeça dos portugueses.

Wednesday, April 14, 2010

Carta à mãe

Mais uma vez, dou preferência ao registo escrito, porque posso dizer tudo de uma vez e há menos probabilidades de me esquecer de alguma coisa.

Queria, antes de mais, deixar claro que não estou a questionar nenhuma das tuas opções. No entanto, não consigo deixar coisas por dizer. Ou melhor, consigo, mas faz-me imensa confusão, por isso vou dizer-te o que acho.


As minhas notas não são boas, não ponho isso em causa. Podiam ser muito melhores, é verdade. No entanto, acho que são compreensíveis, tendo em conta o contexto emocional/psicológico/whatever em que me encontro(ei?). Não me quero estar a vitimizar nem nada do género, mas vi a pessoa que me é mais próxima entrar numa depressão, e não é algo com que é fácil de lidar. E vi muitas outras pessoas de quem gosto, por vários motivos, irem-se abaixo, por várias vezes e por várias razões, o que, infelizmente, me afecta também. E mais, pela primeira vez na minha vida tive uma relação, que como sabes foi uma coisa um pouco... vá, merdosa.

As minhas notas não têm a ver com o facto de eu sair ou não de casa. Aliás, nunca tiveram, pois eu quase não estudo, esteja em casa ou não - tem, sim, a ver com a concentração e atenção com que eu consigo estar nas aulas (que, neste período, não foi muita, não por razões que me agradem minimamente). Não vai ser o facto de eu não sair que me vai fazer tirar melhor notas, mas o facto de eu estar capaz de estar concentrado nas aulas, e nos testes.


Outra coisa - a escola, as notas, não passa tudo de estatísticas, de números, coisas sem importância.
São-nos despejados factos, em cadeia, para que os decoremos, até na filosofia! Na escola, não se aprende a pensar, não se aprende a viver, aprende-se a repetir o que já foi dito, a fazer o que nos é dito para fazer, sem questionar. Ensinam-nos a fazer parte de um grande sistema de pessoas que, como numa fábrica, executam mecanicamente um processo (serão mesmo pessoas, ou estarão a tornar-se máquinas?) a vida inteira, sem tempo nem espaço para si próprias, sem espaço para serem felizes, às ordens de um pequeno grupo de pessoas que dita a ordem das coisas.
Olho para trás e são poucas as coisas ensinadas na escola que consigo apontar como úteis. Ensinaram-nos a fazer contas, a ler e a escrever, deram-nos a conhecer o mundo que nos rodeia - isto sim é útil. A partir do 5º ano, encontro cada vez menos coisas que ache realmente úteis.
Vejamos na disciplina de língua portuguesa - despejam-se conceitos e mais conceitos, catalogando-se as palavras, as funções de cada parte de uma oração, etc, etc, etc e não é ensinado aos alunos a escrever e ler a língua portuguesa, e a falá-la. Depois, chegamos a situações em que, por exemplo, no 9º ano, se pergunta a alunos qual é o tempo da forma verbal "sofreste", quando eles nem sequer sabem que a forma correcta de escrever é "sofreste", e não "sofres-te" como se vê por aí, ou, no 11º ano, é perguntado aos alunos quais são os deícticos espacias de um texto, ou pedido para se identificar um predicativo de complemento directo numa frase, quando estes não conseguem perceber um texto nem, muitas vezes, construir frases correctamente.
Saltamos para a língua inglesa e o que se vê é o mesmo. Asfixiar as pessoas com conceitos como reason, time e contrast connectors, modal, phrasal e prepositional verbs, ano após ano, em vez de fazer por que a língua saia como algo natural, sem precisarmos de pensar que temos de utilizar o time connector x ou y para articular uma frase; apresentar textos sobre os mesmos temas, ano após ano, em vez de colocar as pessoas em contacto com a língua, de modo a torná-la uma coisa natural para cada um.
Passando à área das ciências, vêem-se os professores a despejar na cabeça dos miúdos a constituição e funcionamento das células, a dividir os seres vivos em cinco reinos diferentes, cada um com as suas próprias subdivisões, a ensinar-lhes o que são átomos, como se juntam os átomos para formarem moléculas e iões.
Em História, são despejados factos e mais factos, todos extremamente tendenciosos (todos sabemos que, em guerras e conflitos, ambos os lados têm as suas razões, que ambos consideram certas e nobres, mas na História nós somos sempre os que temos razão, os bons, e os outros os maus - e, curiosamente, também somos sempre, ou quase sempre, nós que ganhamos). Todos os factos apresentados pelos manuais são-nos apresentados como correctos e inquestionáveis, e quem apresentar teorias diferentes das oficiais é dado como maluquinho, ou um daqueles maníacos das teorias da conspiração.
Nas línguas, dão-se conceitos e classificações, em vez de ensinar as pessoas a ler, a escrever e a falar. Nas ciências, são-nos apresentados factos na sua maioria inúteis para a vida de grande parte da população. Em História, mais uma vez, é desprezado o raciocínio próprio e o espírito crítico, e faz-se uma lavagem cerebral às crianças, desde bem pequenas.

Pessoalmente, acho a escola que temos hoje uma inutilidade, uma simples forma de manter a população com uma forma de pensar standartizada, facilmente manipulável. Este ano, que vi a minha carga horária reduzida para metade e que me vi com imenso tempo livre, acho que aprendi imenso - arriscaria mesmo a dizer que aprendi mais do que em muitos dos últimos anos de escola. Aprendi, discutindo sobre os mais diversos temas com imensas pessoas, conhecendo novos pontos de vista sobre muitas coisas, reflectindo, e contactando com diferentes formas de ver as coisas e de estar na vida. Também errei, e com isso também aprendi.

Se queres que eu comece a vir para casa assim que acabam as aulas, aceito. Se é apenas por causa das notas, acho que não é por deixar de sair que vou ter melhores notas. E pronto, não acho que as notas, mesmo assim, justificassem uma coisa dessas - não são tão importantes assim. Mas aceito - quer queira quer não, é assim que as coisas funcionam.


Gosto muito de ti.

Sunday, April 4, 2010

Um Adeus na blogosfera

Curiosamente, pouco tempo passado sobre os meus posts relativos ao filme Goodbye, Lenin!, nasce um espaço na blogosfera com, precisamente, o título do filme.
Doze pessoas de todo o país (agora, treze) juntaram-se e propuseram-se a criar um espaço para "agitar a blogosfera" e "construir novos espaços em que se confrontem as muitas opiniões à esquerda". Dizem-nos que querem mudar o mundo, e com isto lançam o Adeus Lenine. Dêem uma espreitadela ;)