Saturday, January 31, 2009

Leituras A Oeste do Éden

Outro dos livros que me marcou neste último ano foi o A Oeste do Éden, de Harry Harrison.
Enquanto temos livros, sem qualquer dúvida, de ficção científica (como o Carbono Alterado) ou de fantasia (como O Senhor dos Anéis), este A Oeste do Éden está a leste de qualquer género. História alternativa, segundo a Wikipédia, is a subgenre of speculative fiction (or science fiction) and historical fiction that is set in a world in which history has diverged from the actual history of the world. Alternate history literature asks the question, "What if history had developed differently?". Talvez este sub-género da ficção especulativa se adequasse a este livro, não se desse o caso de a divergência ter começado há 65 milhões de anos.

Mas continuando...
Nesta Terra alternativa os dinossauros nunca se extinguiram. O famoso meteorito nunca chegou a chocar contra a Terra, há cerca de 65 milhões de anos.
Assim, em África e em todo (?) o continente Euroasiático, os dinossauros evoluíram para as yilané, répteis bípedes com polegares oponíveis que desenvolveram uma sociedade (língua, ciência, ...) que ultrapassa em muito a nossa, em quase todos os aspectos. Assim, temos uma raça extremamente inteligente a dominar quase todo o Mundo Conhecido.
No entanto, do outro lado do Oceano Atlântico, os macacos também evoluíram e deram origem a seres humanos, tais como os que habitavam a nossa Terra há uns poucos milhares de anos. Tribos de caçadores-recolectores pululam na costa este da América do Norte.

A história gira à volta de Kerrick, o filho de um sammadar. Amahast, como chefe da sua tribo de caçadores (os chamados sammad), vê-se obrigado a juntar um grupo de veteranos e partir para sul, para não entregar a sua tribo à morte certa, naqueles cada vez mais implacáveis Invernos. Com o seu filho e mais dois caçadores, abandona a terra firme e navega até ilhas meridionais, onde espera encontrar caça com que alimentar o seu sammad.
É numa dessas ilhas que Amahast e Kerrick encontram uma nova espécie de murgu, seres de pele escamosa e de sangue frio, que se deslocam em duas patas. Movidos pelo ódio por todos os seres de sangue frio, matam aqueles machos imediatamente, enquanto estes, letárgicos, nada fazem.
Não tardarão a descobrir que matá-los foi a pior coisa que alguma vez podiam ter feito.

As yilané que estão a fugir dos Invernos cada vez mais rigorosos nas costas mediterrânicas não perdem tempo e juram vingança. Quando percebem que os execráveis ustuzou, animais de sangue quente, conspurcaram as Praias dos Nascimentos da sua nova colónia matando os machos, decidem fazer tudo para riscar a raça humana da História do Mundo.
Mas os Homens não vão desistir facilmente... Durante o livro, Kerrick, levar-nos-á ao seio da nova cidade-viva (um conceito extremamente interessante que terão oportunidade de explorar ao longo do livro, se o lerem xD) das yilané, à Europa, e ao outro lado de uma grande cordilheira gelada.

As personagens estão muito bem construídas, na minha opinião, tanto do lado dos humanos como das yilané. Achei a escrita agradável e a história extremamente cativante (com todos os conceitos inerentes às yilané - a língua, as cidades-vivas, a ciência, ...). A edição portuguesa data de 1986 mas, tendo a Gradiva reeditado o livro há coisa de dois anos, é uma boa oportunidade para se adquirir esta originalíssima obra.

;)




Podem ler o prólogo e os dois primeiros capítulos do livro, em inglês, aqui.

E obrigado ao Jorge, que nos mantém o muitíssimo útil Bibliowiki actualizado (dentro do possível :)) e sempre à mão.

Tuesday, January 13, 2009

2008 em Leituras

Em seis meses lê-se muita coisa.
E se estes seis meses foram muito pobres na minha vida cibernética, foram imensamente ricos em leituras. E leituras que merecem mesmo ser referidas.


Acho que um dos melhores livros que li este ano foi mesmo o Carbono Alterado, do britânico Richard Morgan.
Neste romance, passado na Terra a cinco séculos de distância do nosso presente, Morgan apresenta-nos um incomum protagonista - Takeshi Kovacs. Um homem do Mundo de Harlan que é contratado por um matusa para resolver o mistério que se esconde por detrás do seu próprio suicídio. O seu próprio suicidio. Estranho, não?
Não, quando na Terra do século XXV a Morte é praticamente impossível. Uma Terra onde a identidade (personalidade, memórias, ...) de cada um é guardada numa pilha cortical, situada na base da nuca, que pode ser retirada do nosso corpo e colocada noutro sem o mínimo problema. E onde a informação guardada nessa pilha pode ser descarregada a qualquer momento (se se tiver dinheiro, claro - isso não mudou, lá xD).
Então, porque se iria Laurens Bancroft, um multimilionário com já quatrocentos anos de idade, suicidar? Porque iria ele vaporizar a sua própria cabeça (e pilha cortical), sabendo que é feito um backup da sua identidade todos os dias e que seria, automaticamente, "inserido" numa nova manga (corpos sintéticos fabricados para albergar as... hm... pessoas que ficam sem corpo ou querem um mais jovem)?
É para desvendar o mistério que se esconde por detrás deste alegado suicídio - afinal, quem conseguiria contornar toda a segurança da mansão de um dos homens mais poderosos da Terra?; e quem iria arriscar a sua pele para "liquidar" um matusa imortal? - que Takeshi Kovacs é contratado.
Por entre uma overdose de mortes a sangue frio, raciocínios intrincados e sexo explicito, há tempo para nos afeiçoarmos ao protagonista, apesar de tudo, muito humano.

Os capitulos pequenos e a fluidez da escrita contribuem para um ritmo de leitura muito elevado (tendo em conta a densidade e complexidade da história). De qualquer forma, é preciso parar um pouco de vez em quando, para assimilar as informações e para não se perder o fio à meada.

E, para quem pensa que a ficção ciêntifica são apenas naves a batalhar no espaço ou ambientes de tecnologia tão avançada que torna tudo possível, uma literatura onde não há espaço para questões filosóficas ou devaneios sobre a essência do Ser Humano, leiam este livro. Um policial de ritmo alucinante, passado no futuro, mas onde há espaço para os pensamentos mais profundos e filosóficos (como o que podem ver aqui). Um livro que dá que pensar, que nos faz imaginar o que aconteceria se as pessoas deixassem de morrer.


[Estava a demorar imenso a escrever o post, por isso decidi-me a postá-lo por partes. Fica aqui o melhor das minhas leituras de 2008.]

Thursday, January 8, 2009

What Kind of Reader Do You Are?

What Kind of Reader Are You?
Your Result: Dedicated Reader

You are always trying to find the time to get back to your book. You are convinced that the world would be a much better place if only everyone read more.

Obsessive-Compulsive Bookworm

Literate Good Citizen

Book Snob

Fad Reader

Non-Reader

What Kind of Reader Are You?
Quiz Created on GoToQuiz



Well... not bad. Se bem que já tenha mudado aquela parte de mim que pensava que todos aqueles que não têm hábitos de leitura são inferiores ~~
Enfim, quando se é criança pensam-se coisas estúpidas xD


PS: Ando a preparar um post sobre as minhas leituras dignas de destaque nos últimos meses =p

PPS: Não me esqueci do teu desafio, tiago ;)