Outro dos livros que me marcou neste último ano foi o A Oeste do Éden, de Harry Harrison.
Enquanto temos livros, sem qualquer dúvida, de ficção científica (como o Carbono Alterado) ou de fantasia (como O Senhor dos Anéis), este A Oeste do Éden está a leste de qualquer género. História alternativa, segundo a Wikipédia, is a subgenre of speculative fiction (or science fiction) and historical fiction that is set in a world in which history has diverged from the actual history of the world. Alternate history literature asks the question, "What if history had developed differently?". Talvez este sub-género da ficção especulativa se adequasse a este livro, não se desse o caso de a divergência ter começado há 65 milhões de anos.
Mas continuando...
Nesta Terra alternativa os dinossauros nunca se extinguiram. O famoso meteorito nunca chegou a chocar contra a Terra, há cerca de 65 milhões de anos.
Assim, em África e em todo (?) o continente Euroasiático, os dinossauros evoluíram para as yilané, répteis bípedes com polegares oponíveis que desenvolveram uma sociedade (língua, ciência, ...) que ultrapassa em muito a nossa, em quase todos os aspectos. Assim, temos uma raça extremamente inteligente a dominar quase todo o Mundo Conhecido.
No entanto, do outro lado do Oceano Atlântico, os macacos também evoluíram e deram origem a seres humanos, tais como os que habitavam a nossa Terra há uns poucos milhares de anos. Tribos de caçadores-recolectores pululam na costa este da América do Norte.
A história gira à volta de Kerrick, o filho de um sammadar. Amahast, como chefe da sua tribo de caçadores (os chamados sammad), vê-se obrigado a juntar um grupo de veteranos e partir para sul, para não entregar a sua tribo à morte certa, naqueles cada vez mais implacáveis Invernos. Com o seu filho e mais dois caçadores, abandona a terra firme e navega até ilhas meridionais, onde espera encontrar caça com que alimentar o seu sammad.
É numa dessas ilhas que Amahast e Kerrick encontram uma nova espécie de murgu, seres de pele escamosa e de sangue frio, que se deslocam em duas patas. Movidos pelo ódio por todos os seres de sangue frio, matam aqueles machos imediatamente, enquanto estes, letárgicos, nada fazem.
Não tardarão a descobrir que matá-los foi a pior coisa que alguma vez podiam ter feito.
As yilané que estão a fugir dos Invernos cada vez mais rigorosos nas costas mediterrânicas não perdem tempo e juram vingança. Quando percebem que os execráveis ustuzou, animais de sangue quente, conspurcaram as Praias dos Nascimentos da sua nova colónia matando os machos, decidem fazer tudo para riscar a raça humana da História do Mundo.
Mas os Homens não vão desistir facilmente... Durante o livro, Kerrick, levar-nos-á ao seio da nova cidade-viva (um conceito extremamente interessante que terão oportunidade de explorar ao longo do livro, se o lerem xD) das yilané, à Europa, e ao outro lado de uma grande cordilheira gelada.
As personagens estão muito bem construídas, na minha opinião, tanto do lado dos humanos como das yilané. Achei a escrita agradável e a história extremamente cativante (com todos os conceitos inerentes às yilané - a língua, as cidades-vivas, a ciência, ...). A edição portuguesa data de 1986 mas, tendo a Gradiva reeditado o livro há coisa de dois anos, é uma boa oportunidade para se adquirir esta originalíssima obra.
;)
Enquanto temos livros, sem qualquer dúvida, de ficção científica (como o Carbono Alterado) ou de fantasia (como O Senhor dos Anéis), este A Oeste do Éden está a leste de qualquer género. História alternativa, segundo a Wikipédia, is a subgenre of speculative fiction (or science fiction) and historical fiction that is set in a world in which history has diverged from the actual history of the world. Alternate history literature asks the question, "What if history had developed differently?". Talvez este sub-género da ficção especulativa se adequasse a este livro, não se desse o caso de a divergência ter começado há 65 milhões de anos.
Mas continuando...
Nesta Terra alternativa os dinossauros nunca se extinguiram. O famoso meteorito nunca chegou a chocar contra a Terra, há cerca de 65 milhões de anos.
Assim, em África e em todo (?) o continente Euroasiático, os dinossauros evoluíram para as yilané, répteis bípedes com polegares oponíveis que desenvolveram uma sociedade (língua, ciência, ...) que ultrapassa em muito a nossa, em quase todos os aspectos. Assim, temos uma raça extremamente inteligente a dominar quase todo o Mundo Conhecido.
No entanto, do outro lado do Oceano Atlântico, os macacos também evoluíram e deram origem a seres humanos, tais como os que habitavam a nossa Terra há uns poucos milhares de anos. Tribos de caçadores-recolectores pululam na costa este da América do Norte.
A história gira à volta de Kerrick, o filho de um sammadar. Amahast, como chefe da sua tribo de caçadores (os chamados sammad), vê-se obrigado a juntar um grupo de veteranos e partir para sul, para não entregar a sua tribo à morte certa, naqueles cada vez mais implacáveis Invernos. Com o seu filho e mais dois caçadores, abandona a terra firme e navega até ilhas meridionais, onde espera encontrar caça com que alimentar o seu sammad.
É numa dessas ilhas que Amahast e Kerrick encontram uma nova espécie de murgu, seres de pele escamosa e de sangue frio, que se deslocam em duas patas. Movidos pelo ódio por todos os seres de sangue frio, matam aqueles machos imediatamente, enquanto estes, letárgicos, nada fazem.
Não tardarão a descobrir que matá-los foi a pior coisa que alguma vez podiam ter feito.
As yilané que estão a fugir dos Invernos cada vez mais rigorosos nas costas mediterrânicas não perdem tempo e juram vingança. Quando percebem que os execráveis ustuzou, animais de sangue quente, conspurcaram as Praias dos Nascimentos da sua nova colónia matando os machos, decidem fazer tudo para riscar a raça humana da História do Mundo.
Mas os Homens não vão desistir facilmente... Durante o livro, Kerrick, levar-nos-á ao seio da nova cidade-viva (um conceito extremamente interessante que terão oportunidade de explorar ao longo do livro, se o lerem xD) das yilané, à Europa, e ao outro lado de uma grande cordilheira gelada.
As personagens estão muito bem construídas, na minha opinião, tanto do lado dos humanos como das yilané. Achei a escrita agradável e a história extremamente cativante (com todos os conceitos inerentes às yilané - a língua, as cidades-vivas, a ciência, ...). A edição portuguesa data de 1986 mas, tendo a Gradiva reeditado o livro há coisa de dois anos, é uma boa oportunidade para se adquirir esta originalíssima obra.
;)
Podem ler o prólogo e os dois primeiros capítulos do livro, em inglês, aqui.
E obrigado ao Jorge, que nos mantém o muitíssimo útil Bibliowiki actualizado (dentro do possível :)) e sempre à mão.