Thursday, December 9, 2010

I AM Wikileaks!

To the U.S. government, and corporations linked to Wikileaks:

We call on you to stop the crackdown on WikiLeaks and its partners immediately. We urge you to respect democratic principles and laws of freedom of expression and freedom of the press. If Wikileaks and the journalists it works with have violated any laws they should be pursued in the courts with due process. They should not be subjected to an extra-judicial campaign of intimidation.

petição da avaaz.com, o número de pessoas que já assinaram cresce de forma estrondosamente rápida! assina também, divulga e ajuda a chegarmos ao 1 milhão de assinaturas!


É a nossa liberdade de expressão e informação que está em causa.

I am Wikileaks, and so are you!

Sunday, December 5, 2010

O Caminho dos Estudantes

Foi publicado no Esquerda.net um excelente artigo da autoria de José Biern Boyd Perfeito, estudante na Grã-Bretanha. Um texto incontornável para quem quer perceber o que realmente se passa no Reino Unido, e porquê.
http://www.esquerda.net/artigo/o-caminho-dos-estudantes-ingleses-e-luta


Permitam-me, então, que cite algumas passagens do mesmo:

«O aumento da duração dos créditos, ou seja, mais tempo a pagar a educação e a completa negação de uma educação universal e gratuita, parecem não incomodar a direita conservadora talvez pelo facto de sempre terem Eton e as Grammars Schools onde pode pôr os seus filhos a estudar sem apoio do estado, porque têm dinheiro. A educação volta a ser um privilégio de quem tem dinheiro.»

Aqui, o autor vai direitinho ao cerne da questão: a gratuitidade. Caso ainda não nos tenhamos apercebido, esta está a acabar (nuns casos) e a tornar-se cada vez mais distante (noutros).



«Manchester, Liverpool, Bristol, Cardiff, Edimburgo, Glasgow, Newport, York, Newcastle, Lewisham, Preston, entre muitas outras, são as cidades universitárias onde protestos têm eclodido com regularidade. Em Preston, trabalhadores de uma fábrica de energia, fizeram uma concentração em apoio dos protestos dos estudantes. Em resposta a um jornalista da BBC sobre a razão do apoio aos estudantes, um dos trabalhadores respondeu, “somos os pais deles”.»

Este parágrafo parece-me extremamente importante, pois abarca a questão da união. Cada vez mais, as várias classes (se é que lhes podemos dar esse nome) - estudantes, trabalhadores, desempregados - se unem para fazer face a políticas que, directa ou indirectamente, acabam sempre por afectar todas elas. Isto vem acontecendo em França, em Inglaterra, em Itália, entre outros lugares. Em Portugal, no entanto, parece haver uma luta constante de certos sectores da esquerda para manter cada luta no seu lugar, para evitar a união. Porquê? Não sei, mas espero sinceramente que as pessoas percebam realmente os problemas que enfrentamos e enfrentaremos cada vez mais no futuro e se UNAM. É urgente que isso aconteça.



O texto termina de uma maneira soberba, com José Biern Boyd Perfeito a desafiar «o povo Português, os trabalhadores, os demais cidadãos a darem esta clara mensagem aos senhores do dinheiro.

“Vocês trouxeram as dificuldades para a nossa vida, agora nós vamos levar as dificuldades para a vossa.”

Se isso significa ir para as ruas, protestar , não é por uma razão vã e sem significado e demorando o tempo que demorar. Estamos já há um mês e meio nesta luta e não se vêem sinais de cansaço.



Há muito que entendemos que é a nossa vida que defendemos e essa não é uma razão vã.»



Resta saber quando nós, portugueses, vamos perceber isso.

Monday, November 29, 2010

uma solidariedade no mínimo hipócrita

Carta aberta à RTP, AMI e a quem mais a quiser ler
por Myriam Zaluar


Exmos Senhores

Venho por este meio manifestar a minha estranheza perante a descoberta de um evento* a realizar já no final do próximo mês com o apoio de instituições com o V/ nome e responsabilidade. Efectivamente, quando uma corrida se auto-intitula de "solidária", convém que os seus responsáveis esclareçam em que medida o é, a que critérios obedece e em que conceito de solidariedade se baseia. É que se a solidariedade consiste em passar nos territórios ocupados do Sahara Ocidental como se de um troço normal de uma qualquer corrida realizada no meio do Alentejo se tratasse, ou em "entregarem as viaturas às autoridades marroquinas" no final da corrida então talvez esteja na hora de a AMI, a RTP - e a Antena 3! - e a organização deste raide relerem os seus dicionários. Ou não saberão o que sucedeu em El Aaiun há menos de um mês? Ou não terão conhecimento do que se passa neste território há mais de 35 anos? Ou nunca terão ouvido falar de 200 mil refugiados saharauís a viver em acampamentos sem as mínimas condições - nos quais instituições como os Médicos do Mundo, entre outros, estão presentes, como pude comprovar com os meus próprios olhos quando me desloquei ao local... - enquanto Marrocos saqueia e comercializa as riquezas naturais do Sahara Ocidental com a conivência da UE? Nem da Prisão Negra de El Aaiun? Nem de centenas de desaparecidos? Nem dos relatórios da Amnistia Internacional ou do próprio responsável da MINURSO sobre as graves violações aos Direitos Humanos ali perpetradas? Ou teriam a RTP e a AMI apoiado uma corrida Portugal - Dili em tempos da ocupação indonésia?

Desde que viajei aos acampamentos de refugiados em Tinduf que me tinha confrontado com um constrangedor muro de silêncio face às minhas inúmeras tentativas infrutíferas de publicar um trabalho de reportagem sobre esta realidade. A maior parte dos órgãos de comunicação social deste país tem passado este assunto em branco e mesmo os recentes acontecimentos em Al Aaiun foram tratados com uma incompreensível leveza totalmente desproporcionada com a sua dimensão. Nem mesmo o facto de as autoridades marroquinas - as mesmas às quais a corrida que se diz solidária pretende entregar jeeps - terem barrado a entrada nos territórios ocupados a todos os jornalistas que ali tentaram exercer o seu direito/dever de informar mereceram por parte da RTP ou da AMI (já que é destas instituições que estamos a falar) qualquer estranheza ou menção.

É, pois, com um profundo sentimento de descrédito em instituições que até agora me mereciam um mínimo de respeito que deixo estas questões mantendo um ténue esperança de que alguém as lerá e, no mínimo, se interrogará comigo sobre a legitimidade e a ética que rodeiam tais iniciativas.


sem mais de momento,

com os melhores cumprimentos

Myriam Zaluar Jornalista
telespectadora e ex-beneficiária do Cartão de Saúde AMI



* o evento a que me refiro chama-se Portugal Dakar Challenge e auto-intitula-se Corrida Solidária!

mais infos em http://www.portugaldakar.com/

Monday, November 22, 2010

Apelo à Greve dos Estudantes a 24 de Novembro


O Governo e os sucessivos PECs a que se junta, agora, um Orçamento de Estado deplorável vêm atacando de forma cada vez mais gritante a nossa sociedade. O fosso entre os ricos e os pobres alarga-se a cada dia que passa - vêem-se pessoas a perder o emprego, os subsídios e os abonos ao mesmo tempo que os bancos continuam a gozar de regalias enormes (imposto de 5%, enquanto as empresas normais são taxadas a 25%) e que os gestores públicos ganham dezenas e dezenas de milhares de euros.

Contra toda esta austeridade hipócrita foi convocada uma Greve Geral para dia 24 de Novembro. Mas esta greve geral não deve ser só para os trabalhadores, pois não são só eles que são afectados por estas medidas. Também nós, estudantes, somos afectados (e de que maneira!) directa e indirectamente.

O Ensino está cada vez mais caro - não só pela subida de propinas e dos preços dos vários serviços, mas também pela diminuição da acção social, que deveria permitir que toda a gente frequentasse o Ensino, independentemente de qualquer factor financeiro. Isto já se vê nos vários níveis de ensino:
- no Secundário, o Governo prepara-se para cortar as contribuições para os passes de transportes públicos, e a privatização das escolas originará certamente o aumento dos preços dos vários serviços.
- no Superior, as propinas sobem cada vez mais e, ao mesmo tempo, há cada vez menos acção social - milhares de estudantes perderam, este ano, bolsas de estudo, e deixarão de estudar por isso.
ONDE ESTÁ A JUSTIÇA E A GRATUITIDADE DO ENSINO?

Há cada vez menos dinheiro para o Ensino, o que se traduz em piores condições materiais e humanas em todos os níveis de Ensino.
PORQUE NÃO HÁ DINHEIRO PARA A EDUCAÇÃO, QUANDO SE GASTAM MILHÕES A AJUDAR OS BANCOS E A FINANCIAR GUERRAS?

Há cada vez menos condições para os professores, tanto no básico, como no secundário, como no superior. Aulas de Substituição e Planos de Recuperação (no Secundário), remunerações desadequadas, uma enorme carga horária e montes de burocracia sobrecarregam as vidas dos professores.
SE OS PROFESSORES NÃO ESTÃO SATISFEITOS, COMO PODEMOS TER UM ENSINO DE QUALIDADE?

Todos os anos, as famílias compram livros para os filhos, gastando muitas vezes centenas de euros e desferindo um rude golpe ao meio ambiente, quando os livros poderiam ser reaproveitados de ano para ano.
ONDE ESTÁ A GRATUITIDADE DO ENSINO? E A RESPONSABILIDADE ECOLÓGICA?

O desemprego nos jovens atinge os 20% e, dos trabalhos que há, 9 em cada 10 são precários.
QUE FUTURO ESTÁ A SER PREPARADO PARA NÓS?


Um ataque tão feroz e tão geral só pode ser combatido por toda a gente que está a ser afectada, UNIDA.Os problemas do Ensino Superior também interessam aos Estudantes do Secundário, pois somos nós que lá vamos estar daqui a uns anos. E os problemas dos trabalhadores também interessam aos estudantes no geral, pois nós seremos os trabalhadores de amanhã!Apenas uma resposta conjunta a estes ataques pode conduzir a uma vitória. Lutemos, juntos!

Sunday, November 14, 2010

Carta Aberta a Helena Pereira e Sónia Graça - Alguém vos ensina a fazer jornalismo decente?

Fui dar de caras com uma notícia por vós escrita, no SOL, relativamente a "desordeiros internacionais na cimeira da NATO" e fiquei deveras embasbacado com a falta de qualidade no jornalismo que apresentam.

Primeiro que tudo, o Black Bloc não é um grupo, mas uma táctica de acção - violenta, é verdade. No entanto, não misturemos alhos com bugalhos. É absurdo falar-se de violência quando se fala da War Resisters' International e da Bombspotting. São organizações que levam a cabo inúmeras acções de desobediência civil mas renunciando, sempre, à violência. Desafio-vos a encontrarem exemplos de acções violentas dessas organizações.

Do ICC (International Coordinating Comittee No To War-No to NATO) fazem parte, para além da PAGAN e da War Resisters' International, o Conselho Mundial da Paz e a Esquerda Europeia, entre muitas outras organizações. Esta rede tem uma história ainda muito curta mas de uma conduta exemplar no que toca ao respeito dos Direitos Humanos e, obviamente, à não-violência (o que já não se pode dizer de grande parte dos governos europeus, dos EUA e da NATO). As suas acções de desobediência civil marcam-se não só por não atentarem contra a vida humana, mas também por, posicionando-se contra a NATO, tentarem evitar que ela seja desrespeitada em lugares como o Afeganistão e os Balcãs.

Por tudo isto, Helena Pereira e Sónia Graça, penso que o menos que podem fazer é assumir publicamente os erros por vós cometidos neste artigo, mostrando a verdadeira realidade que envolve os protestos contra a NATO, e não criando de forma sensacionalista o pânico entre a população portuguesa.


Esta carta será publicada e divulgada em diversos meios de comunicação independente, para que o máximo de pessoas comece a ficar alerta para estas situações de parcialidade e de crassa falta de qualidade no jornalismo português.

Francisco Norega



NOTA: O artigo pode ser visto em http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=4186.

Monday, November 8, 2010

NATO - Porquê dizer "Não!"

Terá lugar em Lisboa, dia 20 de Novembro, uma Cimeira da NATO em que vai ser discutido e definido um novo Conceito Estratégico. Na minha opinião, é essencial que toda a população mostre a sua discordância com a NATO e com a sua política militarista. Proponho-me, neste texto, a expor as razões que me fazem ter esta opinião e apelo à participação de todos nas diversas iniciativas que vão realizar-se em Lisboa, na semana de 17 a 21 de Novembro. Peço também que divulguem, se acharem apropriado, este meu texto.

Contextualização Histórica
Fundação e Guerra Fria
Nasceu em 1949, constituindo uma aliança defensiva, em que a sua função oficial era garantir a segurança e estabilidade dos estados-membros, principalmente do bloco socialista. Este só mais tarde (em 1955, depois da recusa da NATO de aceitar a entrada da URSS na organização) viria a constituir o Pacto de Varsóvia. A Aliança desenvolveu também um forte combate à expansão das ideias socialistas.
Com o fim da URSS e da Guerra Fria e, com eles, o fim das ameaças ao mundo ocidental, em 1991, a NATO perdeu grande parte das suas razões para existir. Foi exigido por muitos o seu fim, mas ela continuou. À medida que os países da Europa de Leste foram entrando na Aliança, esta alargou a sua área de influência e de intervenção.

Bósnia e Jugoslávia (Kosovo)
Em 1995, a Aliança interveio na Bósnia e Herzegovina em resposta à segunda onda de massacres em Markale. A sua participação nos conflitos que devastavam a região foi, na altura, importante.
Foi, no entanto, o bombardeamento do Kosovo, em 1999, que marcou a viragem das políticas da NATO. Foi a sua primeira intervenção sem o aval da ONU, justificando-se a Aliança pela violência e pelos crimes contra a Humanidade que naquela região estariam a ser cometidos. Mais tarde, verificou-se que esses crimes contra a Humanidade foram cometidos essencialmente durante os bombardeamentos, e não antes.
A intervenção da NATO veio, portanto, a revelar-se infrutífera na prevenção dos atentados contra os direitos humanos da população do Kosovo, para além de ter provocado centenas de mortos civis adicionais e danos em infra-estruturas essenciais como pontes, centrais de telecomunicações, hospitais, centrais eléctricas e fábricas por toda a Jugoslávia. Às acusações de que esses ataques violavam o Direito Internacional e as Convenções de Genebra, a NATO respondeu que essas infra-estruturas eram potencialmente úteis para o exército, e que isso justificava o seu bombardeamento.
Mas há algo mais chocante ainda: para servir as dezenas de milhares de homens nestas duas operações surgiu uma extensa rede de prostituição, e uma enorme rede de tráfico para alimentá-la. Oficiais da NATO e da ONU são suspeitos de estar envolvidos nas redes ou de facilitar a sua existência mas gozam de imunidade, por isso até agora nenhum foi julgados pelos seus crimes.
Abriu-se, assim, as portas para uma tradição de desrespeito pelo Direito Internacional e pelos Direitos Humanos por parte dos EUA e, por arrastamento, pela NATO. Uma tradição que tem que acabar.

Fontes: http://wikipedia.org
“NATO and the Trafficking of Women” em http://www.wri-irg.org/ (War Resister’s International)
“Kosovo: Facts and figures on trafficking of women and girls for forced prostitution in Kosovo” em http://www.amnesty.ca/ (Amnistia Internacional Canada)

Iraque e Afeganistão
Durante a primeira década do século XXI, os EUA e vários países europeus participaram na invasão do Iraque e a NATO invadiu o Afeganistão.
A ocupação do Iraque (ainda que tenha sido liderada pelos EUA e apoiada por alguns países da Europa, e não propriamente pela NATO, acho importante analisar esta invasão), justificada pela alegada presença de armas nucleares no país, coisa que a CIA desmentia e que veio a provar-se falsa, causou uma enorme desordem no país. O conflito gerado pela invasão do país causou desordem e instabilidade no país, destruiu infra-estruturas e causou a morte de forma directa a cerca de cem mil civis. Inquéritos realizados pela revista The Lancet e pelo Opinion Research Business apontam para entre 600 mil (em Junho de 2006) e mais de um milhão (em Setembro de 2007), respectivamente, de iraquianos mortos directa e indirectamente pelo conflito.
No Afeganistão a situação é igualmente terrível, motivada por claros interesses económicos e políticos, mas é necessária uma análise muito mais aprofundada da questão. Apresento-a no fim, em anexo.

A NATO dos dias de hoje
A União Europeia e a sua posição na conjuntura internacional
A UE sempre foi uma organização internacional de estados que cooperam entre si e que defendem a resolução de conflitos de forma pacífica, devido à sua já vasta experiência em guerras devastadoras em seu território, entre elas a I e a II Guerras Mundiais. Todos os estados que a constituem são assinantes do Tratado de Não Proliferação, apenas alguns fazem parte da NATO e cinco são países neutros (a Áustria, a Suécia, a Finlândia, a Irlanda e Malta).

O Tratado de Lisboa
O Tratado estabelece uma cláusula de solidariedade que obriga os Estados se ajudarem mutuamente em caso de ataque. Com isto, os países neutros pertencentes à UE vêm o seu estatuto questionado.
A UE passou a ser, portanto, a partir do Tratado de Lisboa, também uma aliança militar.

O Novo Conceito Estratégico
A União Europeia e a sua função dentro da NATO
Até há pouco tempo, a UE nunca tinha sido associada à NATO pois dela, como já foi dito, fazem parte uma multiplicidade de estados, entre eles países neutros e países não pertencentes à Aliança. O Chipre tem mesmo um conflito territorial com um membro da NATO, a Turquia, no que toca à parte norte da Ilha do Chipre, ocupada por esta última e reivindicada por ambas as partes.
Mas, o ano passado, a UE foi referida pela primeira vez pela NATO na Cimeira de Estrasburgo e, este ano, com o Novo Conceito Estratégico a ser aprovado na Cimeira de Lisboa, passará a ser seu Parceiro Estratégico. Isto significa que todos, sublinho, todos os países da UE colaborarão nas iniciativas da NATO, mesmo os países neutros e os países que já deixaram bem marcada a sua vontade de não se aliar à NATO, como o Chipre.
Com isto não podemos concordar. Não podemos permanecer indiferentes!

Armas Nucleares
As armas nucleares são algo abominável, que devemos fazer por eliminar da face da Terra o quanto antes. As experiências de Hiroshima e Nagasaki já chegaram para a Humanidade aprender. No entanto, os cinco membros do Conselho Geral da ONU possuem armas nucleares e, até hoje, nenhum mostrou caminhar para a sua eliminação, quando deviam ser eles mesmos a dar o exemplo.
E na Europa, em que todos os países assinaram o Tratado de Não-Proliferação, com a aplicação da política de partilha nuclear, estão permanentemente em solo europeu armas nucleares norte-americanas. O Novo Conceito Estratégico pretende reforçar essa partilha, mas nós não queremos armas nucleares nos nossos países!

Sistema Míssil
Também é vontade da NATO construir um Sistema Míssil na Europa de Leste. Mais milhões de euros gastos que podiam ser aplicados de uma forma mais útil e mais um ponto na militarização da Europa. Não podemos concordar com isto!

Situações e áreas de intervenção da NATO
Com o Novo Conceito Estratégico, a NATO ficará habilitada a intervir militarmente em praticamente qualquer situação e em qualquer lugar do mundo. Não queremos uma organização militar com uma carta em branco para invadir arbitrariamente o que quiser, quando quiser!

Fontes: http://www.wri-irg.org/node/5204
“NATO’s short and crisp Strategic Concept” por Wilbert van der Zeijden em The Broken Rifle (Set 2010)
http://www.nato.int/nato_static/assets/pdf/pdf_2010_05/20100517_100517_expertsreport.pdf

A NATO e a Democracia
Curioso constatar, primeiro que tudo, que, afirmando-se a NATO uma aliança de nações democráticas defensora da “democracia”, Portugal foi seu membro fundador durante o Estado Novo.
É interessante também perceber que, durante as últimas Cimeiras da Aliança, a democracia é suspensa. Aconteceu com a Cimeira de Estrasburgo o ano passado e acontecerá este ano com a Cimeira de Lisboa. O Tratado de Schengen será suspenso e as fronteiras condicionadas e, em Lisboa, uma grande área à volta do Parque das Nações será fechada. Veremos, assim, as liberdades de deslocação e de manifestação condicionadas – cidadãos (nacionais e estrangeiros) que não estejam em Portugal que pretendam protestar contra esta organização estarão sujeitos a dificuldades na entrada no país e a localização dos protestos está condicionada, afastada para longe do local da Cimeira, para os protestos não serem vistos e as reivindicações não serem ouvidas pelos participantes na Cimeira.

A Constitucionalidade da Participação na NATO
No Artigo 7º da Constituição Portuguesa, relativo às Relações Internacionais, lê-se:
1. Portugal rege-se nas relações internacionais pelos princípios da independência nacional, do respeito dos direitos do homem, dos direitos dos povos, da igualdade entre os Estados, da solução pacífica dos conflitos internacionais, da não ingerência nos assuntos internos dos outros Estados e da cooperação com todos os outros povos para a emancipação e o progresso da humanidade.
2. Portugal preconiza a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração nas relações entre os povos, bem como o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-militares e o estabelecimento de um sistema de segurança colectiva, com vista à criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos.
3. Portugal reconhece o direito dos povos à autodeterminação e independência e ao desenvolvimento, bem como o direito à insurreição contra todas as formas de opressão.
4. (…)
5. Portugal empenha-se no reforço da identidade europeia e no fortalecimento da acção dos Estados europeus a favor da democracia, da paz, do progresso económico e da justiça nas relações entre os povos.
A participação de Portugal na NATO viola todos estes pontos da Constituição.

Conclusão
Porque os gastos militares conjuntos dos países da NATO e dos seus aliados representam mais de dois terços das despesas militares mundiais. Porque essa quantidade enorme de dinheiro é investida na guerra, contribuindo para a morte de inocentes em vários pontos do mundo, enquanto a tão falada crise leva os governos a implementar medidas de austeridade que sacrificam os povos.
Porque o Ocidente não é o dono da Verdade e não temos o direito de invadir um país apenas com o pretexto de assegurar a ordem vigente e os nossos interesses económicos e políticos. Porque a auto-determinação dos povos deve ser respeitada. Porque não temos o direito de devastar países inteiros e de sacrificar populações em nome de interesses obscuros.
Porque não queremos uma Europa militarizada e agressiva! Porque não queremos uma Europa desrespeitosa face ao Direito Internacional e aos Direitos Humanos!
Parece-me imperativo a participação de todos nos protestos contra a NATO pois, apesar de tudo isto nos poder parecer muito longínquo, apesar de tudo isto poder parecer ter pouco a ver connosco, é com os impostos de cada um de nós, e EM NOME de cada um de nós, que os nossos governos compram armamento e enviam forças do nosso exército para contribuir em muitas das missões assassinas empreendidas pela NATO. Não podemos concordar que, com o nosso contributo, e em nosso nome, milhares de pessoas inocentes sejam mortas pelo globo fora. Parece-me essencial que nos movamos a Lisboa e participemos na Cimeira da Paz (dias 19 e 21 de Novembro), na Manifestação Pela Paz (dia 20 de Novembro, às 3h no Marquês de Pombal) e nas diversas acções directas não-violentas contra a Cimeira da NATO.

“Every gun that is made, every warship launched, every rocket fired signifies, in the final sense, a theft from those who hunger and are not fed, those who are cold and not clothed. This world in arms is not spending money alone. It is spending the sweat of its laborers, the genius of its scientists, the hopes of its ...children. This is not a way of life at all in any true sense. Under the cloud of threatening war, it is humanity hanging from a cross of iron.” Five star general Dwight D. Eisenhower.

Francisco Norega


Anexo – A Questão do Afeganistão
Para analisar a questão do Afeganistão é necessário, antes de mais, recuar até ao período da Guerra Fria. Durante esse período, os EUA ajudaram a formar grupos fundamentalistas islâmicos (como os Mujahideen – os Senhores da Guerra – e os Taliban), e apoiaram-nos economicamente na sua luta contra a ocupação soviética do país. Foi graças a esses apoios que os grupos fundamentalistas cresceram e se tornaram tão poderosos no país.
Em 1989, as tropas soviéticas abandonaram o país, mas o governo socialista manteve-se. Os EUA, lado a lado com o Paquistão e a Arábia Saudita, continuaram a financiar esses grupos que, em 1992, depois de uma guerra civil sangrenta, foram finalmente bem sucedidos em fazer cair o governo.
Com o país imerso, desde aí até 1996, numa nova guerra civil protagonizada pelos diversos mujahideen, perdeu-se muito do progresso efectuando durante o Governo Socialista. O fundamentalismo ganhou força – perdendo as mulheres muitos dos direitos que haviam ganho durante o governo Socialista e registando-se um grande número de violações –, e, só até 1994, estimam-se que 25 000 pessoas tenham morrido, muitas delas civis, na sequência de confrontos e execuções.
Durante esse período, dois grupos de mujahideen lutaram pelo poder mas, em 1994, os Taliban, novamente apoiados pelos EUA, entraram em cena e acabaram por conquistar o poder, dois anos mais tarde. Os Taliban rapidamente tornaram claro aquilo que queriam fazer ao país, recusando a democracia, impondo a sua ultra-conservadora visão da Lei Muçulmana e originando um enorme retrocesso em termos de Direitos da Mulher na sociedade afegã, mantendo-se a resistência de alguns senhores da guerra em determinadas regiões.
Por terem interesses na construção de um oleoduto na região, os Estados Unidos afirmaram achar este um “desenvolvimento positivo” e estabeleceram relações diplomáticas com o regime. Em Julho de 2001, ofereceram 43 milhões de dólares em “ajuda humanitária” ao Afeganistão, esperando conseguir a construção do oleoduto. A alternativa, já a ser planeada desde o início do ano, era a invasão do Afeganistão para destituir o governo que antes apoiavam.
Naiz Naik, antigo Secretário dos Negócios Estrangeiros paquistanês afirmou à BBC ter sido informado por oficiais americanos, em meados de Julho, que os EUA estavam a planear uma acção militar contra a Al-Qaeda e os Taliban, a começar em Outubro. Outros artigos nos media franceses e indianos corroboram esta história.
A 11 de Setembro, toda a gente sabe o que aconteceu. O ataque ao World Trade Center, alegadamente perpetrado pela Al-Qaeda, deu aos Estados Unidos uma razão para iniciar a guerra, e garantiu uma opinião pública favorável.
Em Outubro desse ano, os EUA iniciaram uma guerra sangrenta. Face ao Direito Internacional, justificaram esta invasão com o direito à auto-defesa, quando ela já estava planeada e aconteceria mesmo se não tivesse ocorrido qualquer ataque. Para além disso, esse direito é relativo apenas a ataques de outras nações, e não a actividade criminal (como o terrorismo), – tendo o ataque sido levado a cabo pela Al-Qaeda e não tendo sido apoiado pelo governo do Afeganistão, não é, portanto, aplicável nesta situação.
Disseram-nos, também, ir lá com o intuito de lutar pela democracia e pelos direitos das mulheres. Quanto à democracia, poucos progressos reais foram feitos – ambas as eleições presidenciais (em 2004 e em 2009) foram extremamente fraudulentas e o Governo instalado desde 2004, chefiado por Hamid Karzai, está mergulhado em corrupção. Quanto aos direitos das mulheres, os progressos também foram reduzidos – o fundamentalismo continua a ter uma força muito grande, principalmente devido à grande falta de segurança no país, e as mulheres continuam a ser fortemente oprimidas em certas regiões do país. Associações como a RAWA (Associação Revolucionária das Mulheres Afegãs), que defendem os Direitos das Mulheres, continuam a ter de operar na clandestinidade, tornando realidade inúmeros projectos de educação a um risco enorme.
A droga é também um enorme problema. A corrupção de toda a elite que comanda o país protege este negócio, sendo impossível combater os Senhores da Droga.
Relativamente aos dois grandes problemas do povo afegão antes da intervenção da NATO, os mujahideen e os Taliban, eles continuam a existir, e em grande força. Isto pois a NATO paga a empresas de segurança pela passagem e “protecção” dos seus camiões de abastecimentos, empresas essas constituídas maioritariamente por forças dos mujahideen, mas também por grupos com ligações aos Taliban – e acaba por financiar ambos.
No entanto, para além de continuarem a existir estes dois problemas, surgiu um terceiro – as próprias forças da NATO. São forças que assassinam civis de forma indiscriminada, nomeadamente em ataques aéros, que causam o caos e destroem o país. Estes ataques, mais frequentes e mortíferos nos últimos anos, viram a população contra as forças estrangeiras que, invadindo o seu país, decidem matar a população civil.
As estimativas de baixas civis directa e indirectamente causadas pelo conflito vão de um mínimo de 15 mil a cerca de 35 mil, mas são pouco precisas devido à falta de contagem dos mortos civis pelas forças da Aliança. A acrescer a isto, 20% das malformações à nascença no Afeganistão são consequência das substâncias das bombas americanas.
E, depois de nove anos de guerra, continua a não haver um fim à vista. Os Talibans continuam em força como se pode ver, por exemplo, pelo recente ataque aos 10 camiões da NATO, que foram incendiados, e os mujahideen (muitos deles fundamentalistas) são vistos como necessários para a manutenção da ordem. A luta estende-se e mais civis são mortos a cada dia que passa.

Este conflito tem de acabar e esta nação tem de encontrar o seu caminho, mas isso não acontecerá com a nossa intervenção militar. Como disse Malalai Joya, considerada a mais corajosa das mulheres afegãs: “The Afghan people want peace, and history teaches that we always reject occupation and foreign domination. We want a helping hand through international solidarity, but we know that values like human rights must be fought for and won by Afghans themselves.”

Fontes: http://www.globalresearch.ca/
http://en.wikipedia.org/
http://rupeenews.com/usa/the-taliban-was-a-construct-of-the-cia-and-was-armed-by-the-cia/
http://www.cbsnews.com/stories/2009/10/06/eveningnews/main5367884.shtml
http://newscdn.bbc.net.uk/2/hi/south_asia/1550366.stm
“Women in Afghanistan today: hopes, achievements and challenges” em http://www.unisa.edu.au/
“The big lie of Afghanistan”, por Malalai Joya em http://www.guardian.co.uk/commentisfree
“Afghan Warlords, a Larger Stability Threat Than Taliban”, por Joshua Philipp, e “The war on Afghanistan: a crime against humanity” em http://www.rawa.org/
“Afghanistan's Troubled Election” em http://www.dominionpaper.ca/
http://www.hrw.org/
Intervenções de Mariam Rawi (activista da RAWA) em Coimbra e Lisboa

Friday, October 15, 2010

Activismos

12 / 10 / 2010

Hoje dei de caras com umas quantas coisas que achei interessantes. Na França, as greves e os protestos são uns a seguir aos outros, estando a acontecer hoje mais uma greve geral e manifestações por toda a França, contra o aumento da idade da reforma. É uma greve que será prolongável pelo menos até 30 de Outubro. Estes gajos, sim, têm tomates! Defendem a sua causa até ao fim. Talvez devêssemos olhar para os nossos irmãos franceses e fazer alguma coisa decente (e não, não precisamos de ir até onde a RAF foi) para nos fazermos ouvir.
Não é com greves gerais de um dia que se vai lá. Sim, o País pára, mas ao mesmo tempo enche o Estado os bolsos com os ordenados que não paga. Uma greve maciça, GERAL e por TEMPO INDETERMINADO, essa sim, teria efeitos na prática.

Mais uma vez, parece-me que estão a ser os franceses os pioneiros. Espero é que nós vamos atrás deles!


Como apelaram os gregos há uns tempos, PEOPLE OF EUROPE, RISE UP!


PS: Também de referir as acções dos nossos irmãos catalões em Barcelona, a 29 de Setembro!

Wednesday, July 21, 2010

contrariedades

Uma pessoa torna-se contraditória quando sabe assumir que errou, e quando sabe dar o braço a torcer e mudar de opinião, quando há argumentos válidos para isso.
Parece-me a mim.

Por isso, não tenho problemas em ser contraditório.

Wednesday, July 14, 2010

Israel, Palestina & Direito Internacional

Saiu um artigo na revista de esquerda A Comuna, escrito por mim e pela Ana Sá, intitulado Isto não é Fascismo, é um Sinónimo. Anda mais ou menos à volta do conflito entre Israel e os países árabes, e o Direito Internacional.
O título é um tanto quanto irónico ou, bem, talvez não. Decidam vocês mesmos.

Friday, July 9, 2010

actualidades mundiais (nada) aleatórias

Na Grécia, uma nova greve geral:
Grécia em nova Greve Geral
Greve Geral e Protestos na Grécia

Depois das greves na China, também na Índia as coisas parecem estar a começar a rebentar:
Greve Geral paralisa Índia

E celebridades americanas começam a boicotar Israel:
Dustin Hoffman boicota festival de Jerusalém


Por outro lado, Cuba parece dar passos numa boa direcção:
Cuba vai libertar 52 presos políticos


Something big is coming, I would say.

Sunday, June 13, 2010

Crise não é uma palavra conjugável para todos


Numa altura em que uma nova crise do capitalismo arrasta milhares para o desemprego e leva outros tantos para a pobreza, a legitimidade política, social e moral de toda a estrutura sofre as ameaças. Num sentido de regeneração e de preservação da autoridade deste sistema económico e da lógica política que o acompanha, torna-se necessário encontrar justificações que se generalizem como verdades absolutas, e/ou encontrar alternância dentro do próprio, para que o processo de dominação se mantenha intacto.

É o que encontramos na política portuguesa quando se acentuam e se cultivam novos estereótipos e preconceitos, e quando o PSD, com Passos Coelho, aparece como alternativa ao Partido Socialista de José Sócrates, como se ambos os partidos não tivessem hegemonicamente avassalado o poder político português desde do 25 de Abril.

Foi explicitado e comprovado académica e politicamente que o estalar da crise teve as suas raízes e causas, essencialmente, na especulação financeira, na falta de controlo e regulação na economia e na constante diminuição do papel interventivo do Estado. Todavia, quando observamos o discurso e as reformas defendidas pelo Bloco Central, percebemos claramente que não existe a mínima intenção de contrariar esta lógica.

Quem hoje paga a crise são aqueles e aquelas que, em tempos anteriores, contribuíram para que a elite económica portuguesa - a mesma que nos arrastou para a crise - tivesse processos de acumulação de capital colossais. Por um lado, são quem mais sofre com as medidas de austeridade, por outro são violentamente atacados com novas etiquetas: “os desempregados não querem trabalhar”, “os detentores do rendimento mínimo atraiçoam a Segurança Social e encostam-se na preguiça”, “os trabalhadores da função pública têm direitos a mais”, “o salário mínimo é demasiado elevado”, “o código laboral é demasiado inflexível”…

E é assim que se arranjam novos culpados para a crise, que se fomentam preconceitos, para que nada se transforme e que tudo se mantenha. A tão lucrativa banca portuguesa, que sempre gozou do encosto do Estado, quando esbanjou todo o seu dinheiro no casino financeiro, e a elite do empresariado português, para quem este país sempre governou, não verão a palavra crise para além dos meios de comunicação social.

Quem contribuiu para que a este estado chegássemos quer passar incólume, e os que não traçaram a rota para este porto de desastre são os que mais estão a sofrer com ela, os que a estão a pagar.

Crise não é, de todo, uma palavra conjugável para todos.


Por Fabian Figueiredo, publicado aqui e aqui.

Saturday, June 12, 2010

Padres Retrógrados, vocês são a crise de valores!

Não sei o que lhe hei-de chamar, se cómico se deprimente. A direita católica pretende arranjar um candidato alternativo para as Presidenciais. Isto, por Cavaco Silva promulgou a lei do casamento homossexual.
Até aqui, nada de realmente surpreendente. Mas à medida que se continua a ler o artigo do DN, o queixo vai descaindo cada vez mais. Cavaco Silva promulgou o diploma para dar espaço à discussão, na Assembleia da República, de assuntos com repercussões relevantes na vida dos portugueses, deixando a vida privada de cada um na suas mãos, e de mais ninguém.
Mais, é mais que evidente que, se Cavaco Silva tivesse vetado o diploma, este voltaria à Assembleia da República e seria aprovado de qualquer forma. Mas não, eles rejeitam esta ideia - não percebi o raciocínio, mas tudo bem. Ainda vem aí o pior.
Eles sugerem mesmo o poder de Cavaco Silva dissolver a Assembleia da República, afirmando que a crise que vivemos não é económica nem social, "é de valores". É caso para reflectir bem sobre de onde vem a crise de valores - daqueles que não gostam de interferir na vida privada dos outros ou destes padres católicos retrógrados e fascistas.

Amigos, não estamos na Idade Média. Ponham juízo nessas cabeças.

Wednesday, June 2, 2010

stop israeli terrorism

Na passada segunda-feira, dia 31 de Maio, o Exército Israelita assassinou 19 activistas que protestavam contra o bloqueio israelita na Faixa de Gaza. Uma frota, liderada por um navio turco, tentou furar este bloqueio para transportar ajuda humanitária até à Faixa de Gaza. O navio foi atacado pela marinha Israelita, ainda em Águas Internacionais. Perante estes e muitos outros incidentes inaceitáveis, a Comunidade Internacional não pode ficar indiferente!

É urgente relembrar que esta região do território palestiniano, completamente independente do Estado de Israel, vive sob um severo bloqueio imposto por este último, em clara violação da lei internacional. E mais: de acordo com a mesma, Israel tem o dever de garantir os direitos dos habitantes de Gaza, incluindo os seus direitos à saúde, educação, alimentação e alojamento condigno.
Já vários governos repreenderam as acções Israelitas, mas isso não basta! É imperioso que os governos da UE, e também esta mesma, tomem uma posição e pressionem para que Israel mude as suas políticas, de modo a evitar futuros episódios semelhantes.
Já foram organizadas acções de rua em Lisboa e no Porto e, agora, Coimbra junta-se à luta. Às 17h50 da próxima sexta-feira, dia 4 de Junho, concentrar-nos-emos na Praça da República. Vamos juntar as nossas vozes às de todos aqueles que, por todo o mundo, se insurgiram e se continuam a insurgir contra estas acções reprováveis (e em nada inéditas) levadas a cabo pelo Estado de Israel!


Hasta La Victoria, Siempre!


Aproveito ainda para apelar à assinatura da seguinte petição:
http://www.avaaz.org/en/gaza_flotilla_3/

Monday, May 17, 2010

once i believed in karma.

amargas.
as pessoas.
amarga.
a sociedade.
amargo,
o mundo.


RIP

Thursday, May 13, 2010

ci-gît la france merde!

La forme de votre statue est quelquefois belle - je l'admets. Mais pourqoi tailler votre statue dans le merde?

Jean Seul de Mélluret
(pré-/proto-/whatever-)heterónimo de Fernando Pessoa
in Aqui Jaz a França Merda / Ci-Gît La France Merde
edição bilingue da La Ligne d'ombre

Friday, May 7, 2010

Legalización!

A proibição da marijuana não é do interesse público, pois fomenta o mercado negro (que, por sua vez, gera violência e criminalidade) e possibilita a adulteração dos produtos (o que põe em causa a saúde pública). Impede a investigação das propriedades benéficas a nível medicinal, por exemplo, e das suas possíveis utilizações a nível de culinária, dos têxteis e da produção de pasta de papel, entre outros.

Quanto ao uso relaxante e recreativo, não sou a favor quando é feito de forma excessiva nem em idade de crescimento, pois pode tornar-se prejudicial à saúde. Mas acho que é uma opção que deve ser tomada por cada um, de forma informada, mas por cada um e por mais ninguém. Ao proibir o consumo de marijuana estamos, teoricamente, a proibir as pessoas de tomarem essa opção ou, mais propriamente, de tomarem essa opção de forma segura e informada. Estamos a limitar a liberdade individual de cada um, e com isso discordo totalmente.
Na minha opinião, a legalização não é algo que respeita somente a quem consome - acho, pelo contrário, que é algo por que toda a gente devia lutar, pois é um assunto de saúde pública, de segurança e da liberdade de cada um.




Marcha Global da Marijuana, dia 8 de Maio, 15h no Largo da Portagem, em Coimbra.
[Estarão a decorrer, pela mesma altura, iniciativas semelhantes em Lisboa e em Braga.]

Wednesday, May 5, 2010

Pela Laicidade

Já tinha antes mostrado o meu desagrado quanto à posição do Estado Português relativamente à visita do Papa a Portugal aqui no blog. Hoje, tomei conhecimento da existência de uma petição intitulada Cidadãos pela Laicidade. Li e concordo completamente com ela, e já assinei. Sugiro que façam o mesmo e divulguem.

Eu sei que é muito bonito ter um feriado inesperado, mas porra, é uma questão de princípios!

Saturday, May 1, 2010

projecto ox



Esta é a primeira curta-metragem do meu amigo & poeta Márcio André.

Está, na minha opinião, formidável. No início, os sons e, mais tarde, a música propriamente dita, faz-nos imergir nas imagens que se sucedem à frente dos nossos olhos.
A narração é provisória (foi feita pelo Márcio, mas vai ser substituída) mas, na minha opinião, está muito boa! O texto lido está muito interessante e cativante, e deixou-me compenetrado no filme.
E a curta, mesmo antes de começar a narração do Autor, parece contar ela própria uma história, com as suas imagens e os seus sons. Mesmo sem palavras, ela parece transmitir uma história. Adorei.

Parabéns, Márcio ;)

Friday, April 30, 2010

two weeks.

no drugs, no alcohol, no sex.

not even rock & roll.


just a little bit of blues. a very tiny bit.
(and 2 cigarettes.)

Sinais de que vale a pena lutar

Os activistas saharauis de que falava neste post estão em vias de ser libertados.

Em vésperas da resolução do Conselho de Segurança sobre a questão do Sahara Ocidental, e quando o tema da violação dos Direitos Humanos nos territórios saharauis ocupados por Marrocos se torna totalmente "incómodo" para o regime de Mohamed VI, era previsível que as autoridades marroquinas dessem "o braço a torcer", refere o artigo do El Mundo (...)
é-nos dito no esquerda.Net.


São coisas destas que nos dizem que vale a pena continuar a lutar, seja da forma como estes activistas lutam, seja gritando contra os atentados feitos aos direitos das pessoas que lutam lá fora. Afinal, os nossos gritos podem parecer insignificantes, mas muitos gritos insignificantes juntos são mais fortes do que podemos imaginar.


Peace!

One Kind Favor

A pedido de uma fã de blues este post foi apagado de forma a não fazer publicidade tão descarada a um evento que marcará a história de qualquer fã de blues.
De qualquer forma, mas sendo menos directo, fiquem sabendo que vem a Portugal um dos grandes nomes da história dos blues e da música em geral. Quem quiser mesmo saber mais, que pesquise ;)

Thursday, April 29, 2010

Por um ensino de qualidade no nosso país

Foi lançada a Petição Pela redução do número máximo de alunos e alunas por turma e por professor/a, com o objectivo de tornar a igualdade de oportunidades no acesso e no sucesso de todos os alunos e alunas uma realidade no Ensino Público português.
Caso esta petição ganhe proporções suficientemente grandes e surta algum efeito nos órgãos que têm poder para alterar as leis que fazem o ensino em Portugal, teremos conseguido dar um passo no sentido de o tornar um pouco menos selectivo e em que vigore uma verdadeira igualdade. Por isso, peço-vos que leiam e, caso concordem, assinem.

Thursday, April 22, 2010

Greve de Transportes Públicos e Comunicações

Foi convocada para dia 27 uma greve de transportes públicos e comunicações. Uma greve que me vai afectar, mas que apoio, obviamente. Uma greve é suposto afectar as pessoas, é suposto abalar o funcionamento de uma cidade, de um país; se não afectar, então, não serve de nada.
Sugere-se, por aí, que se façam as greves em horário pós laboral, ou no dia da vinda do papa (na prática, um feriado nacional). Mas que raio de lógica fazia? No primeiro caso, fazer greve era não trabalhar fora do horário de trabalho que, digamos, não é algo pouco habitual; no segundo, era fazer greve num dia em que a maior parte das pessoas não iria utilizar os transportes públicos, pois não vai trabalhar, não vai para a escola, etc.
Metam uma coisa na cabeça, as greves são feitas para afectarem o funcionamento das cidades/países e, mais especificamente, para tirar a facturação às empresas. Num feriado, praticamente ninguém seria prejudicado e, em horários pós-laborais, muito menos.

Ah, e depois ainda dizem que, o que os trabalhadores querem, é "aumento de salários, como sempre".
Mais um erro. Não, o que os trabalhadores querem não é aumento de salários, não querem é o congelamento dos salários, que é bem diferente. Porque, quem não sabe devia saber, há uma coisa chamada inflação. E os salários costumam aumentar anualmente para acompanhar essa inflação, não com o objectivo de aumentar o poder de compra dos trabalhadores, mas de o tentar manter.

Algumas pessoas deviam aprender a pensar antes de falar, que às vezes sai cada barbaridade...


Peace!

Monday, April 19, 2010

Diários de um Regresso às Aulas (II)

16/04/2010

Hoje descobri uma coisa nova - é falta de educação pôr batom do cieiro.
Se alguém me souber explicar porquê, comente, por favor.

Sunday, April 18, 2010

Diários de um Regresso às Aulas (I)

12/04/2010

Este ensino mete-me nojo.
Um ensino que incentiva o individualismo e a luta pela sobrevivência, desvalorizando a fraternidade e a preocupação pelos outros. Um ensino em que o objectivo principal de cada um tem de ser absorver a maior quantidade de informação possível, saber mais do o outro. Um ensino que vem perpetuar uma sociedade de competição que não tem como objectivo o melhoramento de cada um, mas a sua sobrevivência.
Sinto-me mal num ambiente como este, eu, que sonho com um mundo em que a fraternidade e a igualdade sejam os mais altos dos valores.

Já não me recordava, sou sincero, de o que me fazia detestar tanto isto. Depois de umas férias tão fantásticas, com 4 dias soberbos em Monsanto, um fantástico Bunny Camp e uns deliciosos Free Hugs (btw, fotos já disponíveis), tudo parecia tão distante, tão irreal, e tão suportável. Mas não, isto é exactamente como sempre foi.
Mete-me nojo.

Thursday, April 15, 2010

É triste que ainda aconteçam coisa destas.

O Estado Laico

É engraçado como um estado, teoricamente laico, celebra feriados religiosos (celebra feriados religiosos, que é como quem diz, católicos). Mais, é engraçado como num estado laico, para além de se celebrar feriados de cariz religioso (isto é, católico, e somente católico), é conferida tolerância de ponto aos trabalhadores de função pública em dia de visita de um representante máximo de uma religião, curiosamente a Igreja Católica.
É verdadeiramente gratificante ver que o Estado em que vivemos é realmente laico.

Nas vindas do Dalai Lama é que podia ser conferida tolerância de ponto. Ao menos esse metia algumas ideias de jeito na cabeça dos portugueses.

Wednesday, April 14, 2010

Carta à mãe

Mais uma vez, dou preferência ao registo escrito, porque posso dizer tudo de uma vez e há menos probabilidades de me esquecer de alguma coisa.

Queria, antes de mais, deixar claro que não estou a questionar nenhuma das tuas opções. No entanto, não consigo deixar coisas por dizer. Ou melhor, consigo, mas faz-me imensa confusão, por isso vou dizer-te o que acho.


As minhas notas não são boas, não ponho isso em causa. Podiam ser muito melhores, é verdade. No entanto, acho que são compreensíveis, tendo em conta o contexto emocional/psicológico/whatever em que me encontro(ei?). Não me quero estar a vitimizar nem nada do género, mas vi a pessoa que me é mais próxima entrar numa depressão, e não é algo com que é fácil de lidar. E vi muitas outras pessoas de quem gosto, por vários motivos, irem-se abaixo, por várias vezes e por várias razões, o que, infelizmente, me afecta também. E mais, pela primeira vez na minha vida tive uma relação, que como sabes foi uma coisa um pouco... vá, merdosa.

As minhas notas não têm a ver com o facto de eu sair ou não de casa. Aliás, nunca tiveram, pois eu quase não estudo, esteja em casa ou não - tem, sim, a ver com a concentração e atenção com que eu consigo estar nas aulas (que, neste período, não foi muita, não por razões que me agradem minimamente). Não vai ser o facto de eu não sair que me vai fazer tirar melhor notas, mas o facto de eu estar capaz de estar concentrado nas aulas, e nos testes.


Outra coisa - a escola, as notas, não passa tudo de estatísticas, de números, coisas sem importância.
São-nos despejados factos, em cadeia, para que os decoremos, até na filosofia! Na escola, não se aprende a pensar, não se aprende a viver, aprende-se a repetir o que já foi dito, a fazer o que nos é dito para fazer, sem questionar. Ensinam-nos a fazer parte de um grande sistema de pessoas que, como numa fábrica, executam mecanicamente um processo (serão mesmo pessoas, ou estarão a tornar-se máquinas?) a vida inteira, sem tempo nem espaço para si próprias, sem espaço para serem felizes, às ordens de um pequeno grupo de pessoas que dita a ordem das coisas.
Olho para trás e são poucas as coisas ensinadas na escola que consigo apontar como úteis. Ensinaram-nos a fazer contas, a ler e a escrever, deram-nos a conhecer o mundo que nos rodeia - isto sim é útil. A partir do 5º ano, encontro cada vez menos coisas que ache realmente úteis.
Vejamos na disciplina de língua portuguesa - despejam-se conceitos e mais conceitos, catalogando-se as palavras, as funções de cada parte de uma oração, etc, etc, etc e não é ensinado aos alunos a escrever e ler a língua portuguesa, e a falá-la. Depois, chegamos a situações em que, por exemplo, no 9º ano, se pergunta a alunos qual é o tempo da forma verbal "sofreste", quando eles nem sequer sabem que a forma correcta de escrever é "sofreste", e não "sofres-te" como se vê por aí, ou, no 11º ano, é perguntado aos alunos quais são os deícticos espacias de um texto, ou pedido para se identificar um predicativo de complemento directo numa frase, quando estes não conseguem perceber um texto nem, muitas vezes, construir frases correctamente.
Saltamos para a língua inglesa e o que se vê é o mesmo. Asfixiar as pessoas com conceitos como reason, time e contrast connectors, modal, phrasal e prepositional verbs, ano após ano, em vez de fazer por que a língua saia como algo natural, sem precisarmos de pensar que temos de utilizar o time connector x ou y para articular uma frase; apresentar textos sobre os mesmos temas, ano após ano, em vez de colocar as pessoas em contacto com a língua, de modo a torná-la uma coisa natural para cada um.
Passando à área das ciências, vêem-se os professores a despejar na cabeça dos miúdos a constituição e funcionamento das células, a dividir os seres vivos em cinco reinos diferentes, cada um com as suas próprias subdivisões, a ensinar-lhes o que são átomos, como se juntam os átomos para formarem moléculas e iões.
Em História, são despejados factos e mais factos, todos extremamente tendenciosos (todos sabemos que, em guerras e conflitos, ambos os lados têm as suas razões, que ambos consideram certas e nobres, mas na História nós somos sempre os que temos razão, os bons, e os outros os maus - e, curiosamente, também somos sempre, ou quase sempre, nós que ganhamos). Todos os factos apresentados pelos manuais são-nos apresentados como correctos e inquestionáveis, e quem apresentar teorias diferentes das oficiais é dado como maluquinho, ou um daqueles maníacos das teorias da conspiração.
Nas línguas, dão-se conceitos e classificações, em vez de ensinar as pessoas a ler, a escrever e a falar. Nas ciências, são-nos apresentados factos na sua maioria inúteis para a vida de grande parte da população. Em História, mais uma vez, é desprezado o raciocínio próprio e o espírito crítico, e faz-se uma lavagem cerebral às crianças, desde bem pequenas.

Pessoalmente, acho a escola que temos hoje uma inutilidade, uma simples forma de manter a população com uma forma de pensar standartizada, facilmente manipulável. Este ano, que vi a minha carga horária reduzida para metade e que me vi com imenso tempo livre, acho que aprendi imenso - arriscaria mesmo a dizer que aprendi mais do que em muitos dos últimos anos de escola. Aprendi, discutindo sobre os mais diversos temas com imensas pessoas, conhecendo novos pontos de vista sobre muitas coisas, reflectindo, e contactando com diferentes formas de ver as coisas e de estar na vida. Também errei, e com isso também aprendi.

Se queres que eu comece a vir para casa assim que acabam as aulas, aceito. Se é apenas por causa das notas, acho que não é por deixar de sair que vou ter melhores notas. E pronto, não acho que as notas, mesmo assim, justificassem uma coisa dessas - não são tão importantes assim. Mas aceito - quer queira quer não, é assim que as coisas funcionam.


Gosto muito de ti.

Sunday, April 4, 2010

Um Adeus na blogosfera

Curiosamente, pouco tempo passado sobre os meus posts relativos ao filme Goodbye, Lenin!, nasce um espaço na blogosfera com, precisamente, o título do filme.
Doze pessoas de todo o país (agora, treze) juntaram-se e propuseram-se a criar um espaço para "agitar a blogosfera" e "construir novos espaços em que se confrontem as muitas opiniões à esquerda". Dizem-nos que querem mudar o mundo, e com isto lançam o Adeus Lenine. Dêem uma espreitadela ;)

Wednesday, March 31, 2010

Não ao Buzinão!

Para protestarem contra o seu salário miserável em início de carreira, os enfermeiros estão a fazer buzinões (qual é o plural de buzinão, mesmo?) por todo o país. Deixem-me que vos diga, mas acho esta forma de protesto extremamente idiota. Quando fazemos greve, quando protestamos e nos manifestamos, é importante que o façamos de forma respeitosa, ou perdemos toda a razão.

Nestes buzinões, o que não há é respeito. Não há respeito pelo ambiente, que de forma completamente desnecessária está a ser inundado de mais emissões de gases poluentes, e não há respeito pela população, que apanha com as buzinadelas. Mais, quem é atingido por estas buzinadelas não são os responsáveis pelas injustiças sociais de que os enfermeiros se queixam, mas as pessoas que não têm nada a ver com o problema.
Uma manifestação deveria, na minha opinião, ser feita com respeito, tanto pela população como pelo ambiente, a pé, mostrando que as pessoas se sacrificam para lutar pelos seus direitos, e não na comodidade dos transportes particulares. Passando, por exemplo, a pé, pelo meio da cidade, e terminando em frente do Ministério da Saúde, onde aquilo por que se luta seria exigido.


Já agora, gostava de colocar uma pergunta… Porque é que a minha mãe, licenciada e funcionária do Estado há mais de dez anos, não recebe sequer o que os enfermeiros exigem para início de carreira. É justiça social que eles estão a reivindicar, é?

FREE HUGS, just ask



kashmir diz:
lembras-te de te falar do "free hugs"?
Francisco diz:
Claro
kashmir diz:
lembras-te também da minha ideia disparatada de organizar isso em coimbra?
Francisco diz:
Sim.
kashmir diz:
é o seguinte,
dia 10 de abril vão organizar o free hugs em Lisboa
soo...
PERFEITO!
10 de abril, Coimbra
já temos blog
vou fazer cartazes.
Francisco diz:
Isso era tão genial :o
kashmir diz:
e pronto
agora,
há uma espécie de juramento ^^
que isto é uma coisa em grande :N
estás disposto a abraçar,
mendigos?
velhinhas?
estudantes?
bebados?
drogados?
pedófilos?
pessoas com muito mau aspecto?
pessoas com o pior hálito do mundo?
pessoas cheias de lama?
pessoas com papagaios no ombro?
estás disposto?
Francisco diz:
ESTOU!
kashmir diz:
então,
BEM-VINDO
http://freehugsask.blogspot.com/

(adaptado)

E tu, estás disposto?
Se estás, aparece dia 10 de Abril, na Praça da República, em Coimbra! ;)


[Merecias uma vénia, filipa.]

Saturday, March 20, 2010

come back, lenine

Good Bye, Lenin! é um filme que faz pensar.
Apresenta-nos a República Democrática Alemã antes da queda do Muro através dos olhos de dois jovens que, primeiro, vêm o seu pai fugir para o mundo capitalista e, depois, vêm a sua mãe, acérrima defensora da União Soviética, a cair num coma, pouco antes da queda do muro. Com a mãe em coma, vêm o muro cair e uma sociedade outrora socialista a sucumbir sob o poder do capitalismo e do consumismo. (A mãe virá a acordar, oito meses mais tarde, já numa Alemanha totalmente capitalista, e eles farão tudo para esconder da mãe a queda do muro o desaparecimento de tudo aquilo em que ela acreditava.)

Esta transição entre um modelo e outro, observada através dos olhos de dois jovens, simples e imparciais, que queriam apenas uma nação mais livre, dá que pensar.
Se é certo que na RDA e restantes nações dentro da União Soviética o povo não tinha liberdade de se manifestar, de ter ideias diferentes das do Estado Socialista, também é certo que não havia pessoas a passarem fome, que todos tinham um sítio onde viver, que não havia discrepâncias tão gritantes na distribuição das riquezas como as que há hoje em dia.
Quando a União Soviética caiu e o capitalismo conquistou toda a Europa de Leste, a economia desses países, que outrora garantia uma vida digna a todos, em que as pessoas não passavam fome nem estavam sujeitas a ficar sem tecto sob o qual dormir, tornou-se uma selva darwiniana, em que sobrevivem apenas os mais fortes. No mundo capitalista em que vivemos hoje, nada é certo - num dia, podemos ter uma vida estável e, no outro, ao ficar sem trabalho, perder a casa, ficar sem ter sequer o que comer. Existe a exploração do homem pelo homem, existe uma péssima distribuição da riqueza, estando 20% da população do mundo na posse de 80% da riqueza mundial. Um sem número de pessoas morre todas as horas, vítima da fome e de doenças perfeitamente evitáveis, enquanto que, do outro lado do mundo, pessoas recebem dezenas, centenas e milhares de milhares de euros por mês. Por todo o mundo existem milhões de pessoas sem casa, a viver nas ruas e em campos de refugiados, enquanto outros milhões de pessoas são donas de diversas casas, e estas estão vazias a maior parte do ano.
Nas sociedades comunistas da União Soviética as pessoas não passavam fome e sabiam que teriam sempre um sítio onde dormir, mas isso não desculpabiliza o facto de as liberdades individuais não terem sido respeitadas no mundo comunista. Nunca disse isso, aliás, acho absolutamente errado que se atente contra o direito de cada indivíduo de pensar livremente. Os fins nunca, mas nunca, justificam os meios. Acho, no entanto, que devíamos pensar se valeu a pena ganharmos a liberdade de dizermos aquilo que pensamos aos sete ventos, se com isso deixámos de poder ter a certeza se amanhã teremos o que comer, onde dormir, onde viver condignamente.
Em suma, poderemos dizer aquilo que quisermos, mas não saberemos se teremos um amanhã.

Friday, March 19, 2010

good bye, lenin!




Amanhã, Limpar Portugal. Um pequeno gesto, mas com muitos pequenos gestos poderemos contribuir para um mundo melhor.


Hasta la victoria, siempre!

Enfermeiros & Prioridades

Foi agendada mais uma greve dos enfermeiros.
Esta classe volta a reivindicar o direito a 1200€ de ordenado em início de carreira. Não digo que não tenham esse direito, mas acho que eles deviam pensar um bocadinho.

Numa altura em que há centenas de milhares de portugueses no desemprego, e que muitos outros vivem com menos de 500€ por mês, talvez os enfermeiros devessem parar um bocadinho e pensar se tem lógica estarem a fazer este estardalhaço todo. Tudo bem que são pessoas que investiram nos estudos, que tiraram uma licenciatura muitas vezes à custa de muito trabalho e de muitas horas de sono perdidas, não estamos a pôr isso em causa. Mas se alguém acabou como empregado de balcão porque, devido a uma série de factores, cometeu uma série de erros durante a sua vida - erros que, por muito que queira, não pode emendar -, não deve ser por isso privado do direito a uma vida digna.
Acho que primeiro devia ser assegurada uma vida com o mínimo de dignidade a todos os portugueses, e só depois os enfermeiros e outras classes privilegiadas deviam reivindicar estes ordenados de rei. Afinal, quem serve o café ao Sr. Enfermeiro de manhã, quem faz o pão e os bolos para o Sr. Enfermeiro comer ao pequeno-almoço, quem limpa as ruas onde o Sr. Enfermeiro anda, quem contribui para que o supermercado onde o Sr. Enfermeiro faz as compras funcione também tem direito a um ordenado que lhe permita ter comida na mesa todos os dias, que lhe permita ter roupa para vestir, que lhe permita lanchar com os amigos uma vez por outro, que lhe permita cometer uma extravagância de quando em vez.

Antes dos enfermeiros terem 1200€ como salário base em início de carreira, todos os portugueses, empregados ou não, devem ter os direitos à alimentação, habitação e saúde&higiene assegurados e todos os jovens portugueses devem ter direito a uma educação verdadeiramente gratuita.



E já agora, falando de coisas importantes, no próximo fim-de-semana, dias 26 e 27 de Março, vai haver um Debate Internacional de Justiça Climática, promovido pelo Bloco de Esquerda e pelo partido europeu European Left.
Eu gostava de ir. Todos devemos mostrar interesse, para nos prepararmos para, da próxima vez, não deixarmos que aconteça como em Copenhaga!



Hasta La Victoria, Siempre!


Sunday, March 14, 2010

'cause nothing can be compared to the holocaust

(not even my birthday)



A todos aqueles que têm a possibilidade de ler isto, aproveitem a vida. Mesmo. Se não por vocês mesmos, por todos aqueles que não tiveram (nem têm) a hipótese de ter uma vida com esta qualidade ou de, sequer, ter uma vida.
Carpe Diem.

Tuesday, March 2, 2010

Porque estou numa de divagações

Se alguma vez chegar perto de concordar com a tão batida afirmação de que "a juventude de hoje está perdida" será, não por não haver pessoas decentes na minha geração, mas porque poucas dessas pessoas não se metem nas drogas.

Avé, cassius. Avé, fragoso. Avé, pini.

Sunday, February 28, 2010

A Construção da Felicidade

No meu último teste de português foi-me pedido para dissertar sobre o tema a construção da felicidade. É um tema que me agrada e, apesar de a professora não ter gostado muito, eu gostei do que me saiu.
Calhou mesmo bem, como era um assunto que gostava de explorar aqui, vou passar o texto para aqui.
Actualmente, vivemos num mundo em que poucos são os realmente felizes.
Mesmo daqueles que vivem rodeados de riqueza e de bens materiais, poucos são os que se sentem verdadeiramente felizes. Daqui podemos retirar que a felicidade não vem com o dinheiro, nem com aquilo que com ele podemos comprar.
Então, como atingir a felicidade?
Na minha opinião, o problema das pessoas de hoje em dia é remoerem demasiado no passado e pensarem demasiado no futuro, e esquecerem-se do presente. Na minha opinião, seríamos muito mais felizes se vivêssemos no presente, aprendendo com os erros do passado mas não nos martirizando com eles, e lutando por um futuro melhor, mas sem construir grandes expectativas. Todos sabemos que, quanto mais alto se pensa, maior é a queda. Ao não criarmos expectativas, evitamos imensas quedas que, de outro modo, daríamos ao longo da vida.
Devemos sentir-nos bem connosco próprios, e preocupar-nos com as coisas apenas quando elas acontecem.

E pronto, para não faltar a contradição que está sempre na minha pessoa, publico este texto precisamente hoje. Hoje, um dia em que ando a exactamente a remoer em algo que fiz ontem.
Quer dizer, remoer não é exactamente o melhor termo - o que está feito, feito está, e por muito idiota que seja, não dá para voltar a trás no tempo. Mas ando às voltas a tentar remediar a situação, e super frustrado pelo que fiz.
Mas pronto, tudo se há-de resolver. Deixar as coisas correr, ver o que o futuro nos reserva, e preocupar-me com as coisas quando elas acontecerem.

Carpe Diem.

Saturday, February 27, 2010

Lançamento da Revista "Oficina de Poesia"

Dia 3 de Março de 2010, às 18h, no Teatro Académico de Gil Vicente, em Coimbra, vai ser lançado o nº 14 da revista Oficina de Poesia.
Este lançamento realizar-se-á no âmbito da XII Semana Cultural da Universidade de Coimbra.

Publiquei neste número um pequeno texto, que vou ler na apresentação.


Estão todos convidados a dar lá um saltinho ;)

Wednesday, February 10, 2010

"Leya acusada de destruição de edições históricas"

Dezenas de milhar de livros da autoria de Jorge de Sena, Eugénio de Andrade, Eduardo Lourenço e Vasco Graça Moura, publicados pela ASA ao longo da última década, foram destruídos recentemente pelo Grupo Leya. (...)

Em média, foram destruídos 90% dos livros disponíveis, restando escassas dezenas de exemplares de cada obra.

Nos 96 títulos atingidos, incluem-se obras marcantes como "Daqui houve nome Portugal", uma antologia de verso e prosa sobre o Porto organizada e prefaciada por Eugénio de Andrade, e "21 retratos do Porto para o século XXI", uma edição comemorativa dos 150 anos da morte de Almeida Garrett que inclui textos, pinturas, desenhos e fotografias de dezenas de autores.
no Jornal de Notícias


Concordo com tudo isto, como é óbvio, mas permitam-me achar estes escândalos extremamente idiotas. Tudo bem, está errado, mas já está feito. Deviamo-nos preocupar com estas coisas antes de acontecerem, depois já não há como remediar a situação.

Sunday, February 7, 2010

Vou ser muito rápido

Queria só deixar uma pequena nota à Petição pela Requalificação e Modernização da Infra-Estrutura e pela Introdução de um Sistema Ferroviário de Qualidade na Linha do Oeste, que foi lançada há uns quantos dias.

A mim, digo-vos, dava-me muito jeito que isto fosse para a frente, porque utilizo esta linha com alguma frequência e, digo-vos, o serviço é uma grande porcaria. Mas, na minha humilde opinião, a assinatura desta petição não deve ser sugerida a quem utiliza esta linha.
Na minha opinião, é algo do interesse de todos, pois esta é uma das linhas portuguesas que continua sem electrificação, sendo os comboios que lá passam desconfortáveis, pouco frequentes e estupidamente poluentes. Actualmente, para além destes inimigos do ambiente, a ligar as cidades de Lisboa e Coimbra às cidades do Oeste (Leiria, Caldas, Torres, ...) existem apenas autocarros. Autocarros aos montes, e muitos deles viajando com apenas 4 ou 5 pessoas (falo por experiência própria).
Uma Linha do Oeste reabilitada e electrificada é do interesse de todos pois, para além de substituir os actuais comboios, criaria uma alternativa cómoda e económica (se não através de intercidades, através de um serviço de comboios regionais frequentes, rápidos e directos ligando, pelo menos, Lisboa e Coimbra a Leiria) aos autocarros e às suas emissões estupidamente altas de gases poluentes.

Assinem, por favor.

Saturday, February 6, 2010

The Songs of Freedom

Hoje sinto uma necessidade descomunal de gritar "Liberdade!".

Hoje assinalam-se os 65 anos do nascimento do Bob Marley, uma das pessoas que mais fez pela liberdade, através da música e da sua forma de viver e fazer viver a vida. Um homem livre - um exemplo de vida e uma fonte de inspiração para aqueles que, ainda hoje, se debatem pela sua liberdade. Um grande viva! ao Bob Marley.

[À Liberdade, uma primeira música.]


Dei conta desta efeméride há pouco, há um par de horas, e não pude deixar de achar curioso pois, há três dias, os estudantes de todo o país saíram à rua, reivindicando um Ensino Público justo e acessível para todos. Eu fiz greve, e participei nas manifestações, gritando palavras de ordem e exigindo condições decentes.
Mas penso que não ansiamos só por preços mais acessíveis nas papelarias e bares das escolas, pelo fim dos exames nacionais, por condições nas escolas para a realização das aulas, pela implementação transversal da educação sexual. Alguns de nós anseiam por mais que isso - por uma mudança na ordem das coisas, por um mundo mais justo e mais... livre. Ansiamos por uma liberdade mais... real.

Deu-me um enorme prazer cantar a Grândola Vila Morena e ouvir uma sentida Hasta Siempre Comandante, com um grupo de estudantes que nunca antes tinha visto, mas no seio do qual dentro de poucos momentos todos pareciam já amigos de longa data. Senti-me completo, como já há muito não me sentia.


[À Liberdade, uma segunda música.]




[À Liberdade, uma terceira música.]




VIVA A LIBERDADE!



PS: Sobre a manif, publiquei um artigo no site da Distrital de Coimbra do Bloco. Para ler aqui.

Sunday, January 10, 2010

Desejos para 2010

Eu como não sou um gajo ambicioso, não pedi nada para 2010. Vou continuar a fazer aquilo que acho correcto, a lutar pelos meus ideais e a defender a minha maneira de pensar e a minha forma de viver a vida. O resto, logo se vê.

Mas já que estamos aqui, gostava de vos deixar a mensagem que o fabuloso Neil Gaiman escreveu em 2001 e relembrou no final deste ano, no blog dele:

May your coming year be filled with magic and dreams and good madness. I hope you read some fine books and kiss someone who thinks you're wonderful, and don't forget to make some art -- write or draw or build or sing or live as only you can. And I hope, somewhere in the next year, you surprise yourself.

E, acima de tudo, sejam felizes.